sábado, 7 de abril de 2007

Quando derem a vez ao morro toda a cidade vai cantar

Quando Elis Regina interpretou a canção “O morro não tem vez” de Vinicius de Moraes em 1965, o público não sabia – tampouco imaginava - quando a cultura habitada nos morros e favelas do Rio de Janeiro iria “descer para o asfalto”. Acreditava-se que essa mistura de classes era praticamente impossível, não pelos artistas que freqüentavam as comunidades em busca da raiz, mas pelos fãs, como por exemplo, Mayrink Veiga que não freqüentaria uma roda de samba em 1965.
As Rodas de Samba atualmente ganharam destaque não só nos bares e botequins da cidade, mas também nas casas de shows e hoje são freqüentadas por representantes de todas as classes sociais.
Os jovens de classe média alta têm se envolvido cada vez mais no universo do samba como o caso do publicitário Marcus Ulisses, 26 anos, morador de Copacabana.

“Eu estava com dois amigos e resolvemos participar de uma festa lá em Santa Teresa e quando chegamos lá, tava rolando um samba de mesa e desde então eu passei a freqüentar diversas rodas na cidade, agora além de carioca e flamenguista, sou sambista”

O samba ligou gerações e também uniu gostos e costumes. O ritmo não é mais um alvo de insinuações maldosas e seus adoradores não são mais vistos como malandros e/ou vagabundos. Hoje em dia, a malandragem está intrínseca de uma forma positiva no samba.